In God we trust

A ESSÊNCIA DA ADORAÇÃO NA BIBLIA

08-06-2011 11:34

 

 

                                                    A adoração dentro da história     i

 

Haverá, em meio às múltiplas maneiras de cultuar, um elemento que seja imprescindível na adoração? Cremos firmemente que sim. Jesus reafirmou o que Moisés, no AT, deixou claro: o primeiro mandamento exige um amor a Deus, sem limites – Dt 6.4-5. Séculos depois que Deuteronômio foi escrito, um intérprete da Lei levantou esta pergunta para Jesus: “Qual é o grande mandamento da Lei?” Respondeu o Mestre: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” – Mt 22.36-37.

Sem o incentivo do amor por Deus, o culto não passa de palha, pura casca, isento de qualquer valor. Pode até se tornar em culto a Satanás. Uma adoração, que se realiza sem o objetivo de expressar e aumentar nosso amor por aquele de quem, e por meio de quem e para quem são todas as coisas (Rm 11.36), falha completamente. Deixa de ser culto a Deus, pois carece da essência, que é o amor.

Para o hebreu, o coração no sentido metafórico, representava o centro da vida intelectual e espiritual. Associado de perto com a alma, o leitor original de Deuteronômio teria pensado em seus sentimentos, suas avaliações, sua vontade, todos emanando do coração. Diríamos, enfim, que coração e alma representam o homem interior como um todo. Em seu coração o homem é responsável diante de Deus, por todos os seus atos e palavras. Somente um coração inclinado para Deus é capaz de adorá-lo, agradá-lo e amá-lo.

Tanto no AT como no NT, o amor que há no coração é o alvo da busca de Deus. Ele se dirige ao coração porque ali se encontra a sede do amor.

Lembremos aqui de uma lição em Deuteronômio: antes de o Senhor mandar seu povo buscá-lo unicamente no lugar onde ele estabeleceria seu nome (Dt 12), Deus, nos seis capítulos antecedentes (Dt 6-11), exorta os israelitas a darem-se a si mesmos inteiramente ao Senhor. “Circundai, pois, o vosso coração”.

O novo adorador começa com um sentimento de obrigação de servir a Deus no culto; vai aprendendo a amá-lo e progride, até que todo o seu coração se concentre na beleza da pessoa do Senhor. “Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico... Vós, com alegria, tirareis águas das fontes da salvação” – Is 12.2-3. Davi, no deserto de Judá, disse: “Ó Deus, tu és meu Deus forte, eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti” – Sl 63.1. Desse modo se expressaram os que, na Antiga Aliança, amavam a Deus.

Agostinho afirmou, acertadamente, nos escritos bem conhecidos que deixou para a posteridade: “O homem se mantém agitado até encontrar seu descanso em Deus”.

 

 

 

                                                    A adoração e a minha vida     i

 

Ora, quando se trata de amor por pessoas amigas ou entes queridos da família, não encontramos dificuldades em entender o sentido de amar. Mas, como havemos de amar a Deus, a quem “ninguém jamais viu”? – Jo 1.18. Como havemos de colocar Deus no centro de nossas ambições? Ou, como nutriremos a amizade que venhamos a oferecer a Deus, sendo nós pecadores, enquanto ele é Espírito infinito e mora em luz inacessível? Como faremos de Deus o “Senhor absoluto” de nossa existência? Os cristãos, reunidos em adoração a Deus, devem ter este objetivo como prioridade.

Enquanto Deus revela a si mesmo no íntimo do coração, pela palavra lida e recebida, pelo reconhecimento de sua ação no mundo e pela comunicação pessoal do Espírito que habita em nós, devemos responder em adoração a ele que declara e aprofunda nosso amor.

O evangelho é de fato uma posição doutrinária, mas antes é um relacionamento do cristão com Deus. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” – Jo 14.23. “E nós o amamos porque ele nos amou primeiro” – Jo 4.19. Porque na realidade, cada indivíduo dá seu coração àquilo que considera de máxima importância, e esta lealdade determina a direção e o conteúdo da sua vida.

 

Por: Adriano Gonçalves

Voltar

Procurar no site

© 2010 Todos os direitos reservados.