As bases espirituais do culto cristão
27-06-2011 14:48
Texto base: João 4.1-30
Psicólogos e sociólogos debatem à procura da razão porque o homem adora.
A antropologia e a arqueologia descobrem em todas as civilizações a presença da religião e do culto. Supõe ser isto resultado do medo, do instinto gregário, do desconhecimento do futuro, etc. Numa coisa todos concordam: o homem é um ser adorador, tem espírito religioso, adora.
Mas, quando afirmamos isto, outra batalha se forma: qual a adoração verdadeira? Existe um lugar, uma fonte, um modo de adorar verdadeiros? Existe adoração falsa?
Era nestas interrogações que a alma da mulher samaritana se debatia. Ela estava presa ao pecado do adultério, presa à confusão religiosa.
Na sua época, existia a “babel religiosa”. Ela confessa: “Nossos pais adoravam neste monte (Samaria), vós (Judeus) dizeis que em Jerusalém é que se deve adorar”. Ela poderia dizer mais: “nós aceitamos somente o Pentateuco como livro sagrado e vós dizeis que os salmos e os profetas também o são”.
Afinal, o que se deve seguir? Não poucos de nós passamos pelas mesmas angústias daquela mulher. Mas, graças a Deus que ela encontrou-se com o Senhor Jesus. E a conversa que teve com o nosso mestre vem respondendo, há dois milênios, estas interrogações espirituais.
Em sua conversa com a mulher, Jesus apresentou as bases espirituais do culto cristão.
1 – o culto não tem um lugar adorativo
Podemos afirmar que hoje, ligar a verdadeira adoração a algum lugar da terra é superstição. Jesus disse: “A hora vem quando nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai”. Deus não tem um túmulo sagrado, nem uma Aparecida do Norte, nem uma Roma, nem uma Jerusalém. Ele não se prende a lugares, grutas ou cidades. Deus é Espírito e Ele por Jesus Cristo e pelo Santo Espírito, se coloca no interior do homem e aí é adorado, servido e trabalha – esteja este homem no ventre de um peixe, no fundo do mar, pisando no solo da lua, ou presente num templo.
A superstição busca lugar, ídolos, símbolos, amuletos, coisas ungidas, centros peregrinativos, gurus, missionários, bispos e reverendos. Mas o louvor cristão busca adorar em Espírito e em verdade.
2 – o culto não é cerimonialismo
Deus é Espírito e quer adoração em Espírito.
O louvor cristão é espiritual. O cerimonialismo visa à “sensação”. Procura “impressionar”. O homem adora a liturgia, o brilho, a festa e as emoções. O cerimonialismo se estabelece num culto de apelos emocionais. Mas Jesus afirma que o louvor cristão não se prende a aparatos religiosos. Quando Ele esteve presente na Festa da Dedicação, no instante da cerimônia do derramamento de água pelos sacerdotes, Ele se pôs de pé em lugar de destaque e proclamou: “Quem tem sede, venha a mim e beba” – João 7.37. Só em Jesus encontramos a satisfação que o cerimonialismo jamais poderá oferecer.
3 – o culto é universal
A Bíblia diz que os discípulos voltaram e se admiraram que Jesus estivesse conversando com uma mulher, e ainda samaritana.
Religiões racistas e preconceituosas não podem ter o louvor verdadeiro. Deus não tem etnias privilegiadas. Agora, sob a dispensação do evangelho da graça, todos os povos, línguas, tribos e nações são admitidos ao culto verdadeiro. Não cremos em religiões onde se defende a guetificação cultural, ignorando o caráter universal do culto cristão.
4 – o culto é transformador
A mulher samaritana, após o encontro com Jesus Cristo, teve sua vida mudada. Abandonou a prostituição e se tornou uma missionária. Não existe no louvor cristão aquela história de que o culto terminou. Há um prosseguir no dia-a-dia do adorador.
Nem sempre o que acontece nos cultos pode ser considerado como ato de adoração. Quem dirige o culto ou se assenta num banco da igreja aparenta ser adorador, mas muitas vezes não o é. A verdadeira adoração exige renúncia, despojamento, oferecimento, busca e encontro com Deus.
por: Adriano Gonçalves
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